Episódio 3: Efeito Borboleta
Minha melhor noite de sono, nenhum pesadelo fora do comum, ninguém telefonando para mim na madrugada, meu primeiro sono leve na semana. Eu estava me movimentando na cama com alegria, com vigor, mas eu notei algo estranho do meu lado, não bem estranho, era até sensual uma adolescente de lingerie na minha cama.
Eu estava apavorado, era pedofilia o que eu estava fazendo, eu, um jornalista de 30 anos com uma menina de 14 anos, ela sabia muito bem o que estava fazendo, mas pela lei era crime e mais eu não sabia como eu fui parar naquela situação. Eu comecei a notar o ambiente em volta, aquele lugar era meu quarto quando eu tinha 15 anos, levantei da cama com espanto e fui em direção ao espelho mais próximo, olhei para meu rosto como se eu não me reconhecesse no momento, certamente aquele não era eu, até era, mas em uma geração diferente, ignorei a garota me chamando pra cama e fui correndo pro banheiro, agora sim eu fiquei apavorado, olhei para meu corpo inteiro, estava cheio de machucados, manchas avermelhadas, notei que aquele dia era um dia depois da surra que eu levei dos irmãos Albert. Olhei para o Jack jr, ele estava ainda em crescimento, com 15 anos ainda está em desenvolvimento, agora eu tenho certeza, aquele era eu em outra época.
Eu percebi o que estava ocorrendo e até achei engraçado, eu tinha voltado no tempo, eu me sentia um Power Ranger pela primeira vez, mas eu notei que se eu mudasse qualquer acontecimento por mínimo que seja eu desencadearia uma loucura no futuro, mas ignorei esse fato, minha vida era um bosta como todos diziam, se eu mudasse tudo, ou praticamente tudo seria para melhor concerteza, pior que minha vida “futura” não poderia ficar.
- Amor, vem para cama quero te dar um presentinho bem gostoso – Vanessa disse a gemidos sensuais para mim.
Em 1995 eu não recusaria esse convite, mas eu estava determinado a fazer tudo diferente e comecei já por um “sacrifício carnal”. Fui em direção a cama onde se encontrava a cocotinha, naquela época, as garotas eram muito dadas e não mudou muito em 2010, “hoje” em dia está muito pior, pessoas fazem sexo nos lugares mais inusitados, já vi pessoas fazendo sexo nos lugares mais sujos possíveis e nem por isso perdem o prazer, o mundo está perdido mesmo.
Cheguei a ela e disse com calma...
- Vanessa, você é muito linda, muito gostosa, eu treparia contigo até entardecer, mas sinceramente não quero ter mais relações com putas que nem você, me perdoe a palavra, mas é o que eu acho, se eu me lembro bem, pra mim faz muito tempo acredite, ontem você estava com dois na cabana do camping, e nem sabia que eu existia, só por que ganhei um carro maneiro, a propósito qual ano é o carro mesmo? Que seja você entendeu o que eu disse, eu estou super confuso hoje e vou está daqui a uns 15 anos também, por isso não fique brava comigo, procure algum milionário, seu corpo é lindo, use essa boca bem, não pegue AIDS, ela está em alta no mercado e mais vira uma mulher decente, não quero que você comemore seu aniversário de 15 anos grávida e a propósito não quero que o filho seje meu e só mais uma coisinha, fala pro viado do seu irmão que as drogas vão matar ele um dia, fala pra ele parar e diga pra ele parar de comer minha futura namorada se não quebro a cara dele, era só isso só e até outro dia...
Eu virei as costas pra ela, eu nunca deveria ter feito isso, ela tinha ficado com muito ódio de mim, me chamou de gay, de impotente e de outros nomes “lindos”, ela acreditava que eu estava maluco por dizer aquelas coisas sem noção a ela e eu sabia também que eu estava entrando em um estado de demência, não existe máquinas do tempo. Derrepente tudo ficou silencioso até um barulho agudo vindo de uma pistola, sim, eu tinha levado um tiro bem na minha espinha, e eu sabia no momento que levei um tiro naquela região daquela vaca que eu tinha ficado paraplégico. Tudo ficou Branco, eu estava imóvel no chão, sem ações, e só tinha uma figura negra me estendendo a mão, eu não estendi a mão pra ele, e aquela agonia e apreensão do tiro continuava até que tudo sumiu, eu tinha morrido?
Tempos mais tarde...
Eu estava em uma cadeira de rodas sendo carregado por meu avô, perguntei o dia para o meu avô, ele me respondeu com certa lentidão que era 31 de outubro de 1996, ele me disse também que minha situação de inválido iria melhorar, ele me disse que meu amigo James viajou para São Paulo para tentar agilizar um documento que melhoraria minhas condições de vida. Eu ignorei o que ele me disse, na minha condição eu não podia fazer nada, não podia trabalhar como jornalista, não encontraria a Jéssica, meu verdadeiro amor, ela não ia se apaixonar por um inútil.
Eu estava passeando com meu avô durante uma manha linda, uma rua com muito movimento, pedi pra ele me deixar sozinho por meia hora, ele atendeu e foi pro Bar, eu estava preocupado com ele, a aparência dele estava horrível, passos lentos, parecia que ele estava com câncer, mas fiquei na minha, não queria assustá-lo. Mas Sabe o que é pior do que ficar paraplégico? É ver seu futuro amor com o irmão drogado da mulher que te deixou paraplégico sendo que a promessa que eu fiz a aquela vagabunda que eu bateria no irmão dela caso ele ficasse com a Jéssica, eu não poderia cumprir, só se eu batesse nele a La He-man, usando minha cadeira de rodas como espada de Greskon.
Derrepente eu estava me movendo em direção a um beco com muita velocidade, minha cadeira de rodas parecia a Ferrari do Schumacher, certamente não era meu avô no volante, ele parecia o Rubinho. Estava fazendo piadas, mas eu estava com um certo medo, apreensão, veio questões na minha cabeça como quem era aquele homem branco de sobretudo preto, certamente não era o Castiel, mas o que ele queria comigo, será ele o ser que fez eu voltar no tempo e mudar a trajetória da minha vida.
Chegamos ao beco, ele tirou seu sobretudo, tirou também do bolso um relógio e começou a conversar comigo.
- Olá Jack, vamos ter um pequeno papo, fica quetinho, só eu falo seu inútil.
- Olha sua situação, por que você não estendeu sua mão a mim, por que você não deixou sua petulância, seu orgulho de lado e estendeu sua mão a mim, com certeza você não estaria nessa sua situação, não estaria vendo a Jéssica trepando em um fusca com um drogado, seu avô não estaria com câncer, ele contraiu essa doença depois de ver você caindo na depressão, desistindo de viver, agora ele está condenado, a medicina não é tão evoluída para ajudá-lo, esqueci de mencionar, a Jéssica é o Cazuza versão feminina, faz sexo com mulher e homem, está com AIDS, mas ainda não sabe, vai morrer daqui a um ano e meio em uma cama de hospital tudo por causa dos amigos dela que de certa forma você jogou pra ela tentando ser o machão da história e seu amiguinho drogadito também vai morrer, mas ele você não se importa, você só importa com você, você pensa que se importa com as outras pessoas, mas você não liga, desde que tu tenhas sucesso e prazer, eu te conheço Jack, você é nosso como aquele demoniozinho disse, qual era o nome dele mesmo? Ah lembrei Balaam, ele se sente o fodão, mas é um merda.
Eu estava perplexo com aquele ser, eu não podia correr, não podia chingar, parecia que eu estava mudo, eu olhava pro rosto dele e via a Morte, não sabia o que dizer, só consegui pronunciar uma frase.
- Qual é seu nome? – eu disse com medo
- Quem sou eu não te interessa, você tem que se perguntar quem você é, já pensou nisso? Você não tem a idéia do que ocorreu com você, sugiro a você investigar mais sua vida, a propósito sabe que dia é hoje, meu calendário tá atrasado, está no ano 666, HAHA, mas que dia é hoje? Não precisa abrir essa sua boca maldita, eu sei que dia é hoje, e sei também o que ocorreu hoje, hoje é o dia 31 de outubro de 1996, dia da queda do avião da TAM em São Paulo e quem está nesse aviãozinho tentando melhorar sua vida? Acertou Pattinson, seu amiguinho James está caminhando para a morte, mas não chore, ele não vem comigo, a alma dele é bondosa, ele irá certamente para um plano celestial, situação contrária ao que vai ocorrer com seu avô e a gostosinha da Jéssica, ela tem uma disposição danada, assumi a imagem de um magnata, ela veio toda oferecida com seu pudim pra mim, eu comi tudinho, não nego comida e não tente falar, aqui você só vai ouvir...
- Que indelicadeza a minha não revelei meu nome, meu nome é Amazarak, mas fique tranqüilo não sou um “demônio”, podemos ser amiguinhos? Não, não quero ser amigo de um derrotado, mas há sempre uma solução para os problemas, sua vida irá voltar ao normal, tu vai voltar para o ano de 2010 e ainda terá um Natal lindo cheio de Panetones e com uma guirlanda com um diabinho no meio dela, mas como eu não sou Papai Noel, eu quero uma coisa sua e sempre que nós ordenarmos você vai cumprir nossas ordens sem questionar nada e sua vida será repleta de amor e felicidades e como eu sou bonzinho quando você voltar você vai ter seu avozinho na sua casa esperando você cheio de “amor” e eu só quero que você me ajude em uma coisa, me ajude fortalecer Lúcifer?
- Me desculpe uma coisa, sério mesmo, fico até triste comigo, eu pergunto e eu mesmo respondo, mas é por que gosto de respostas imediatas e os seres humanos me enojam com suas dúvidas ridículas, quando eu pergunto, eu quero respostas na hora, acho que fui eu até que inventei o Yahoo, você pode até não acreditar, mas é por meio da internet que muitos praticam o mal na terra, é a ferramenta do Diabo.
Eu estava espantado com esse Ser, um ser que fazia piadas toda hora e parecia muito cruel, mas eu mandei um foda-se bem grande pra ele, depois eu falei o que eu pensava realmente no momento, eu não tinha escolha, eu queria minha vida de volta, eu queria minha família de volta, eu queria voltar ao Ano de 2010, tudo o que eu tinha no momento era nada, as pessoas com quem eu me importava todas estavam condenadas a morte, minha primeira atitude quando eu voltei no tempo desencadeou uma reação infernal na minha vida, eu pensei por minutos e resolvi aceitar a proposta de Amazarak, não sabia como ajudar, mas eu não iria ajudar ninguém, eu iria enganar o Capeta.
----Fim do episódio---
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